terça-feira, 28 de junho de 2011

VITORIA DE GRAZIANO AMPLIA AÇÃO GLOBAL DO PAÍS, PROJETA DILMA E FAVORECE O PASSO SEGUINTE DE LULA

Numa eleição acirrada, o ex-ministro do governo Lula, José Graziano da Silva, superou o adversário espanhol, Miguel Angel Moratinos, na disputa pela sucessão de Jacques Diouf, no comando da FAO, por 92 votos a 88. O Brasil conquista assim seu primeiro posto de relevo entre as organizações internacionais. Graziano era o candidato dos países pobres que lutam  contra o subdesenvolvimento  e o poder neocolonial nos mercados mundiais, sobretudo de alimentos e matérias-primas. Não por acaso, pouco antes da votação, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, sem abrir o voto dos EUA, elogiou o candidato espanhol Miguel Angel Moratinos, porta-voz da Europa e dos interesses dos países ricos. A vitória brasileira reposiciona o papel da FAO na política internacional. O que se espera agora é um organismo renovado que passe a ecoar, de fato, os interesses Sul-Sul,  na luta pelo desenvolvimento, por segurança alimentar e  justiça social. Graziano é um crítico da especulação financeira decorrente da desregulação do sistema bancário promovida pelo neoliberalismo. Ao contrário de seu adversário espanhol, em diversos pronunciamentos e artigos ele destacou a influência nefasta dos capitais especulativos na formação dos preços dos alimentos, gerando flutuações abruptas que asfixiam consumidores e produtores dos países pobres. A vitória do ex-ministro e amigo pessoal de Lula não pode ser entendida sem o pano de fundo da crise mundial que evidenciou o crepúsculo de uma agenda ortodoxa que até então subordinava o destino das nações e do desenvolvimento aos interesses financeiros internacionais.  A sucessão na FAO influenciará inclusive a trajetória de Lula que trabalhou intensamente nos bastidores da campanha, em contatos com líderes e governantes, sobretudo da África e América Latina. O líder brasileiro passa a ter na FAO, certamente,  uma âncora institucional para seus projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento e a luta contra a pobreza e a fome. Para o governo Dilma, que se empenhou decididamente na eleição de Graziano, deslocando ministros e o chanceler Patriota a vários pontos do planeta, numa ação centralizada no Itamaraty, é um trunfo da competência brasileira na política externa. Ele reafirma o Brasil como líder dos países pobres, um interlocutor cada vez mais relevante da agenda do desenvolvimento no século.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Missão de Dubai avalia negócios no Brasil

Grupo de empresários dos Emirados Árabes está em São Paulo para estudar a possibilidade de instalar suas companhias no Brasil. Eles também participam de rodadas de negócios.
São Paulo – Um grupo de empresários de Dubai está em São Paulo para conhecer o mercado brasileiro e analisar as possibilidades de estabelecer suas companhias no país. A missão, liderada por Saed Al Awadi, CEO da Dubai Export Development Corporation (EDC), órgão de promoção de exportações do emirado, participou de uma reunião sobre o assunto na manhã desta segunda-feira (13), na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, onde foi recebida pelo CEO da entidade, Michel Alaby.
Sergio Tomisaki/Agência Meios Sergio Tomisaki/Agência Meios Awadi (esq) e Alaby: oportunidades entre Emirados e Brasil
"O objetivo desta visita é trazer as empresas dos Emirados para dentro da América do Sul", destacou Al Awadi. "Viemos conhecer as oportunidades, estudar o mercado e também [analisar a possibilidade] de estabelecer escritórios ou empresas para toda a região", completou. A missão dos Emirados Árabes reúne cerca de 20 empresas de produtos e serviços, como bancos, construtoras, escritórios de advogados, indústria de alimentos, entre outros. É a segunda vez que a EDC lidera a vinda de um grupo do país do Golfo ao Brasil. A primeira ocorreu em 2010.

Assuntos como os principais setores da indústria brasileira, o PIB do país, seu potencial turístico e os requerimentos burocráticos para a instalação de empresas estrangeiras no Brasil foram os principais temas da reunião. O advogado e presidente do Instituto Brasileiro de Negócios Públicos, Luiz Gustavo Fraxino, participou do evento, apresentando os procedimentos necessários ao estabelecimento de empresas estrangeiras no país, além da carga de impostos incidentes sobre os negócios. Já Michel Alaby ofereceu o suporte da Câmara Árabe para os empresários que necessitarem de ajuda para o processo.
Sergio Tomisaki/Agência Meios Sergio Tomisaki/Agência Meios Rasheed: possibilidade de abrir fábrica no Brasil
Abdul Rasheed, gerente de vendas da Taghleef Industries, empresa fabricante de filmes plásticos para a indústria de transformação, conta que sua empresa já exporta há quatro anos para o Brasil. "Trabalhamos com empresas como Pepsico, Coca-Cola, Unilever e Kraft Foods", revela. De acordo com o executivo, sua empresa já vendeu cinco mil toneladas métricas de filmes plásticos para o Brasil desde o início dos negócios com o país. Ele acredita que a instalação de uma fábrica no país pode aumentar ainda mais os negócios na região. "O potencial é muito grande porque fazemos um produto especializado, que nossos competidores locais não fazem. Produzindo aqui, também podemos exportar para países como Argentina, Chile e até Estados Unidos", aponta.

Taher Kidwani, diretor-administrativo do banco de islâmico de investimentos Yusr, acredita que a implantação de um banco islâmico no Brasil poderá beneficiar as exportações das empresas locais. Segundo o executivo, o fato dos bancos islâmicos não cobrarem juros irá beneficiar as companhias exportadoras na hora de conseguirem financiamentos de longo prazo. "A sharia (lei islâmica) permite que se faça um contrato para cada caso, para atender aos requerimentos de cada negócio específico", explicou.
Sergio Tomisaki/Agência Meios Sergio Tomisaki/Agência Meios Kidwani: banco islâmico pode beneficiar exportações
"Quando um banco brasileiro vai fazer captação de recursos de um fundo islâmico, há uma série de requerimentos que precisam ser preenchidos por parte da instituição brasileira", conta Sidney Costa, gerente do Centro de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Dubai, que acompanha a missão. De olho neste nicho de mercado, a agência decidiu realizar, ainda este ano, um seminário para esclarecer aos empresários brasileiros o funcionamento do sistema financeiro islâmico.

Segundo Costa, há diversas ações sendo realizadas para promover a atração de investimentos estrangeiros do Oriente Médio para o Brasil. Além de uma missão comercial à região, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que ocorrerá em outubro, o gerente revela ainda que existem ações voltadas a atração de recursos em mercados como Emirados Árabes, Arábia Saudita, Catar e Kuwait. Na tarde de hoje e também amanhã pela manhã, os empresários de Dubai participam de rodadas de negócios com empresas brasileiras na sede da Câmara Árabe.
Disponível em iB2G

Investimento estrangeiro direto cresce 13,4% na China

O investimento estrangeiro direto (IED) na China cresceu em um ritmo mais lento em maio, mas continua forte, de acordo com dados divulgados hoje pelo Ministério do Comércio do país. O IED aumentou 13,43% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para US$ 9,225 bilhões. A expansão foi menor que a verificada em abril, quando o IED aumentou 15,2% ante o total do mesmo mês de 2010 e totalizou US$ 8,46 bilhões.

No período de janeiro a maio, o IED cresceu 23,4% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado, para US$ 48,023 bilhões, após um aumento anual de 26,03% no período de janeiro a abril. O porta-voz do Ministério do Comércio, Yao Jian, disse que o fraco desempenho do investimento dos EUA influenciou a diminuição do ritmo, mas o desempenho geral foi satisfatório. "Ainda somos um país atrativo para os investidores estrangeiros", afirmou.

O investimento dos EUA na China caiu 24% no período de janeiro a maio, na comparação com igual intervalo de 2010, para US$ 1,29 bilhão. Yao observou que isso mostra uma "lenta e difícil recuperação" da maior economia do mundo depois da crise financeira. No ano passado, a China atraiu US$ 105,7 bilhões de investimento estrangeiro direto, com crescimento de 17,4% em relação a 2009. As informações são da Dow Jones.

Publicado em Paraná Online